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sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Águia e a Coruja


Adaptado por Waldeci Moraes

 

  Em uma floresta os animais costumavam se reunir para contar seus feitos, o que tinham realizado durante o ano que passara. Em uma dessas ocasiões a coruja e a águia se encontraram. A águia começou a falar sobre seus filhos de como eles eram majestosos, belos, capazes de vôos altíssimos. A coruja que a tudo ouvia ficou muito chateada com aquela rasgação-de-seda por parte da águia. Nesse momento a águia virou-se e perguntou:
- Oh! Dona coruja eu aqui falando dos meus filhos e nem para perguntar sobre os seus, que mal educada que sou! Diga-me como são as suas crias?
   Naquele momento a coruja, que pela descrição da águia em relação aos próprios filhos vira que os seus eram muito feios se comparados com os mesmos, resolveu que não iria ficar por baixo começou então a imaginar mil qualidades e falou:
Ah! Dona águia, meus filhos são uns passarinhos muito lindos, olhos bem torneados e pequenos, bicos bem feitos, ar majestosos... Olhe dona águia quero lhe pedir um grande favor, se por um acaso a sra. topar com um ninho em que vir uns passarinhos lindos como esses que acabei de descrever,  olha lá, não vá come-los, que certamente são os meus filhos. – falou a coruja toda vaidosa e cheia de mitidez.
- Olhe dona coruja, geralmente eu sou um pouco avoada e desligada em relação ao que como, mas seria uma afronta a natureza atacar tão belos espécimes. Prometo em nome dos céus que nunca ei de cometer tal afronta a beleza – falou a águia em tom solene.
   Acabada a reunião todos os bichos se retiraram. A águia foi voando pelo bosque até que começou a sentir uma fome danada. Seu olhar aguçado deparou-se em uma árvore um ninho de pássaros muito feios de dá dó. Comeu os pobres filhotinhos pensando <acho melhor comer essas criaturas, pois dessa forma estarei fazendo um favor aos mesmos e ao mundo ao livrar essas criaturas de tão triste sina>. E seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido.
   Já mais tarde em sua casa, eis que alguém bate a sua porta, ao abrir depara-se com a coruja aos prantos, nervosa e muito aflita:
– Oh! dona águia, a senhora fora muito falsa comigo, a senhora havia me prometido que se encontrasse meus filhos não os atacaria, pois  não só os atacou como também os comeu, apesar de sua promessa!
 A águia ficou assustada com aquela reação, pois durante sua vida inteira jamais quebrara uma promessa, principalmente a uma amiga de tanto tempo como a dona coruja, e tenta se justificar:
– Amiga eu não entendo. A única refeição que fiz ao longo do caminho fora em um ninho onde eu encontrei uns filhotinhos de pássaros tão feios, depenados, sem bicos, e com os olhos tapados, eu juro que pelo que a senhora me descreveu não toquei em nenhum filhote desse porte; ora,  como à senhora me havia dito que seus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos e olhos bem feitos entendi que não poderiam se os seus, esses que comi eram muitos feios.
– Pois eram esses mesmos! -  disse a coruja.
– Olhe dona coruja sinto muito pela sua dor – falou a águia em tom muito bravo – mas, reconheço que a senhora foi à única culpada por toda essa tragédia, pois se a sua vaidade e mentiras não tivessem falado mais alto que seu bom senso seus filhos ainda estariam vivos.
   Daquele dia em diante a coruja tornou-se mais ponderada e sabia, até os dias de hoje.
Fim.

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