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domingo, 28 de novembro de 2010

... Enquato isso em Brasília, na Câmara dos Deputados...

sábado, 27 de novembro de 2010

A necessidade do professor pesquisador


Por Waldeci Moraes

 

“... formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destreza...”  (Paulo Freire)


Este artigo tem como objetivo, refletir de forma crítica, a metodologia, dinâmica e compatibilidade do educador-pesquisador na questão da transmissão do conhecimento, tendo presente o contexto histórico que estamos vivendo, e o perfil do novo aluno frente às novas bases tecnológicas do mundo globalizado, que exigem a formação de um profissional mais autônomo, crítico e reflexivo. 



Neste início de século, as exigências colocadas pelo avanço do conhecimento científico e da tecnológica, combinadas com um modelo econômico, que exige a competição mercadológica levada aos extremos, à educação tem sido alvo de várias discussões em todos os setores da sociedade, principalmente nos meios governamentais, que pretendem trazer em seus projetos para o setor esses modelos econômicos, assim como os modelos educacionais pré-existentes em países economicamente estáveis. A positividade de todo esse debates é, nunca se discutiu tanto educação antes como na atualidade. O período histórico que estamos vivenciando, nos coloca em um cenário político globalizado com paradigmas cada vez mais complexos, que exigem um processo de desenvolvimento intelectual mais acelerado. Tal procedimento nos conduz a um processo de adaptação relevantemente dinâmico e inovador no contexto socializado. Mas, qual é o significado disso tudo na política educacional? Que relação existe entre este acelerado e crescente acúmulo de conhecimento com a formação profissional do educador e a sua atuação no âmbito escolar? 
Nesses tempos atuais o professor enfrenta um grande desafio, como tornar interessante e dinâmico a arte de educar em frente à exigência do avanço unilateral do conhecimento. Exige-se uma educação atualizante e expansiva, uma educação direcionada para a formação de um homem novo, consciente de suas capacidades, detentor de senso crítico, transformador de sua realidade e criador de uma nova sociedade. Por isso tudo o papel do educador tornou-se muito mais importante nesse conflito de prioridades como aquele, que no caso da emancipação educacional, terá a responsabilidade de “conduzir” o iniciado na questão referencial elucidativa, do aprendizado e da conscientização do poder “libertador” do conhecimento, e de sua capacitação como pessoa e personalidade.  
  
A conscientização do educador quanto a sua responsabilidade
 
Se a escola tem um importante papel no fator educativo, o que não dizer do professor? A problemática atual da educação no Brasil é certamente, o reflexo das características dos diversos períodos da educação brasileira, na qual a relação contraditória não condiz com as realidades econômicas, sociais e as transformações culturais e políticas pelos quais o Brasil tem passado nos últimos tempos, além de que as lutas pelo poder político, onde a educação é usada como instrumentos ideológicos de dominação e submissão, permanecendo e fortalecendo a desigualdade social. Neste caso, a educação certamente se opõe à noção de bem comum da sociedade incorporada a uma manifestação retrógada, totalmente ultrapassada, segregadora, capitalista intelectual e inútil. Método que condiciona o trabalho pedagógico-educativo a uma relação de que: “quem sabe manda, quem não sabe obedece”. Desta forma, a função social do saber, é despolitizar, é alienar o homem de si próprio e em conseqüência transformá-lo em objeto de produção da máquina estatal. 

Portanto, os paradoxos entre educação e a estrutura sociológicas são ratificadas, e na medida em que isto acontece, a política desagregadora emergente reúne e orienta suas metas de poder sobre e acima do cidadão comum, e nesse caso seu alcance de possibilidades de modificações é inteiramente obstruído, negado pelo próprio poder estabelecido para garantir seus direitos mais básicos.

O professor, no que lhe concerne o seu papel, tem por objetivo eliminar tais obstáculos, daí que o mesmo tem de ter plena consciência da sua importância nessa “queda de braços”, no referencial Emancipação X Submissão. Sua metodologia, assim como suas limitações ao repassar um ensino qualitativo, é um produto de uma sistematização arraigada em nossa sociedade. Ação esta, que confere ao mesmo uma total desqualificação perante a profissionalização educativa, e o que o torna refém de uma situação comprometedora, ou seja, incapacitação no que concerne ao repasse do conhecimento. 

Estas questões de ensinamentos e metodologia, assim como seu despreparo, certamente se devem ao fato de que tais qualidades, que deveriam ser inerentes a sua condição profissional, na verdade arremete a uma condição curricular única, a falta de pesquisas e afins, algo que é  de importancia vital e condizente com sua profissão. A pesquisa (seja ela de cunho científica ou acadêmica), e a garantia de que um ensino de base será ministrado, e por um lado, a emancipação intelectual do educando será alcançada; de outro, a submissão, a alienação e o recrutamento pela falta de conhecimento do individuo, terá um fim. Tudo isso por que a pesquisa dará respaldo total ao educador, no que diz respeito a educar para quem, como e para o quê. 
A partir dessa conscientização e capacitação do educador, se estabelece o jogo dúbio ideológico político de uma socialização educacional, que se perpetua até nossos dias, como intencionalmente promulgada como neutra, apolítica; entretanto, voltada para a conservação de um pacto social hierárquico, elitista e opressivo, neste sentido, pode-se justificar o descaso e até mesmo lacunas, que se evidenciam especialmente, quanto à educação do povo, ao longo da história de uma época para outra. Em contrapartida o educador-pesquisador, que terá o infinito papel de educar para emancipar, tendo como base suas certezas e verdades, baseadas no conhecimento amplo e irrestrito da pesquisa, preenchendo as lacunas preexistentes deixadas pela ignorância e pelo irracional. 
 
A conceituação da importância da pesquisa é de que o pesquisador através da mesma poderá ampliar seus conhecimentos, objetivando e aprimorando-os.  Ao adquirir o conhecimento o educador terá a necessidade de expandi-lo, entende-lo na sua integridade e em seus pormenores. Dessa forma todo e qualquer questionamento, seja seu ou de seus educados, será respondido com exatidão e pormenorizado até sua compreensão final. Além de que torna o educador uma pessoa mais conceituada em relação à realidade, permitindo assim ao mesmo, uma visão mais ampla e eficiente ao empregar tais conhecimentos na remodelação de tal realidade.


 É aqui também, o momento de colocar as idéias de Paulo Freire (1985), e como ele, fazer da educação um ato político, onde alfabetizar-se implique, antes de tudo, aprender a ler o mundo compreendendo seu contexto e ser capaz de “escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através da prática consciente. 

 Na verdade, a idéia de Paulo Freire, representa uma tentativa explícita de formulação de uma amplitude do conhecimento, através da ruptura homem-objeto, para uma relação homem-sujeito que constrói e reconstrói sua história, não de maneira singular, mas pluralitária, e só através do conhecimento amplo e verdadeiro se obterá essa capacitação emancipativa educacional.  
            No Brasil, é um fato que se fazer pesquisa está muito aquém da realidade. Em um sistema politicamente incorreto, a pesquisa que representa desenvolvimento mental e cultural, seria como um “tiro no próprio pé”. Nas questões educacionais então, a pesquisa simbolizaria, ou melhor, há de ser pensar a questão da educação como princípio de dignidade humana, e como um ato social de preparação do indivíduo para participar de forma consciente, onde educar-se signifique construir um mundo mais justo e idealizado na igualdade de direitos e de deveres.
O educador como crítico de si mesmo
Desta forma o professor é alguém que precisa ser um leitor de si mesmo, refletindo, sistematicamente, sobre as suas práticas, o seu fazer pedagógico; o que sabe e o muito que desconhece as suas contradições enquanto educador, os seus receios e inseguranças; para que possa vislumbrar as suas faltas e buscar formas de supri-las. É partindo desta leitura, leitura crítica de si, que poderá em exercícios de si mesmo, executar a leitura do mundo que o cerca. 
          Sob este olhar podemos destacar a importância do educador enquanto pesquisador. Pesquisador porque investiga/reflete sobre si e a sua prática cotidiana; porque lê; dialoga com autores, de forma crítica, analisando sempre, na busca de elucidar as questões complexas que perpassam a sala de aula. Buscamos em FREIRE  a inspiração para nos complementar:
“Fala-se hoje, com insistência, no professor pesquisador. No meu entender o que há de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente a de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se precisa é que, em sua formação permanente, o professor se permita e se assuma, porque professor, como pesquisador.” FREIRE (1997).

Mas ser investigador implica no ser intensamente curioso a fim de poder despertar e provocar a curiosidade dos próprios alunos, assim como nos fala, mais uma vez, Paulo Freire. 

Acredita-se que o primeiro passo no “caminho” da emancipação seja estimular o indivíduo para que o mesmo acredite que pode descobrir a “verdade das coisas”. A leitura e a escrita em sua vida será sem dúvida, a mola inicial que proporcionará tal arrancada rumo a essa perspectiva. Mas isso tudo, dependerá exclusivamente do modo como tal indivíduo será “conduzido”. Mostrar-lhe que pode e lhe é dada essa oportunidade, é emergencial. 

É muito importante a posição do educador, pois o mesmo não deve menosprezar sua responsabilidade na vida do educado. O mestre jamais deve esquecer que essa pessoa é um livro em branco, e que, portanto, suscetível a qualquer tipo de idéias. Nesse caso a responsabilidade de “escrever” as regras de o bom viver, da ética e, sobretudo do uso da razão, será total do educador.


Discutir as leis e o funcionar das coisas faz parte de um currículo vivo que atrai o aluno. O educando (seja adulto, adolescente ou a criança), precisa ser atendido na escola por um currículo amplo, de base e utilitário. Discutir sobre relacionamento humano e educação faz parte da função do professor. Portanto, se faz necessário que a pesquisa seja o supra-sumo do evangelho do educador, pois só através da pesquisa e que o mesmo poderá ter em profundidade o conhecimento de si próprio e do mundo ao seu redor.
 
A profissionalização como dificuldade pedagógica
 
No Brasil, a profissionalização do educador é uma inconstante, isso sem falar em suas condições de trabalho que é degradante. Pois além de ter que lidar  em defesa do aprendizado do aluno e abrir mão forçosamente de uma posição historicamente instituída, como aquele que tem a capacitação de emancipar intelectualmente o individuo, a sua boa vontade “esbarra” na questão da sua desvalorização profissional e baixo salário. Devido tais circunstâncias o professor é obrigado a ter outras atividades paralelas para sobreviver, o que o deixa sem tempo disponível para efetuar pesquisas.  Daí sua incapacitação evidente em relação a ministrar uma disciplina mais elaborada e a apresentar uma base curricular mais eficaz. 

Existe também no caso do professor, uma mitologia amplamente divulgada como aquele que detém o conhecimento. Essa sobrecarga de responsabilidades, muitas vezes está além da suas possibilidades, ou seja, a capacitação do professor torna-se ineficiente em face da angustiante responsabilidade de ter que educar o aluno academicamente, biologicamente e moralmente (sendo estas duas últimas educações obrigatoriamente de base familiar, impostas ao educador através de uma lei não escrita socialmente). Tais circunstâncias, apesar de suas capacitações tornam o educador delimitado no que concerne a educar. 

Do ponto de vista crítico, é impossível negar a natureza benéfica da pesquisa no processo educativo, quanto negar o caráter educativo no processo da pesquisa. (...), ou seja, é impossível ter de um lado uma educação utilitária, que se diga a serviço da humanidade, dos seres humanos em geral sem uma base educacional aprofundada, ampla e irrestrita; de outro, uma prática pesquisadora esvaziada de significação educativa, sem quaisquer respaldos científicos ou aprofundadas. (...) Compreendemos então facilmente, não ser possível pensar, sequer, a educação, sem que se faça da pesquisa uma prática curricular crescente nas instituições educacionais.

Assim, a pesquisa é o método fundamental enquanto sustentabilidade educacional, para uma compreensão mais eficaz das disciplinas e para a formação fundamental, média e acadêmica do aluno. Nesta direção, apontamos o método de formação da consciência crítica, que passa por cinco processos distintos, que podem ser assim descritos: investigação, conhecimento, reflexão, desenvolvimento e vivência. 

Por se concordar na questão considerarmos os sujeitos em sua complexidade, o educador não pode deixar de lado a pesquisa entre as diferentes áreas do conhecimento, pois só através da mesma é que ele se tornará aquele que é capacitado a “lapidar a mais perfeita das jóias”, o conhecimento. É de natureza biológica, essa indigência humana, essa falta do conhecimento, mas precisamos evidenciar que o que move o mundo é de fato o questionar, pois a necessidade de muitos sobressai a necessidades de poucos, ou a necessidade de um só. A existência do o homem-razão, só depende da boa vontade do próprio homem. Mas como refletia Rousseau (1762), não podemos deixar de percebê-lo também com as sensações, as emoções e os movimentos que também são “partes de todos nós”. É esta singularidade dentro de uma complexidade que nos faz sermos o que somos, e é nesta questão que se atribui ao individuo a justificativa do errar humanamente por falta de conhecimento, mas de elevar-se ao patamar dos deuses ao adquiri-lo. Que se justifica, na visão idílica dos poetas.

O professor na pós-modernidade




Por Waldeci Moraes

   “Quatro coisas deve o educador ter sempre em mente: Os seus conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade”  Máximas dos Anacletos, VII.

        
A busca pela compreensão do papel do professor e da função do ato de “ensinar” no universo educacional pós-modernidade, consiste no tema deste artigo. A construção de uma visão articuladas acerca de uma trajetória, e definição dos métodos de ensino e aprendizagem nos permite conceituar tal ação pelo prisma de uma profissão que a muito deixou de ser considerada para a sociedade como vital. A análise da função do educador através das transformações e das mudanças que ocorre com a dinâmica do mundo produtivo, social e cultural contemporâneo é peça fundamental para se estruturar um perfil de uma profissão produzida no interior da ciência e da filosofia. Profissão essa capaz de consumir conhecimentos, ou mesmo de reproduzir as práticas sociais, mas também capacitada a reconstruir críticas e ativar o conhecimento produzido no cotidiano social e histórico e, com isso, transformar a realidade político-social-hstórico na mais perfeita ordem.  


Sabe-se que o uso do termo “pós-modernidade” surgiu no final dos anos sessenta, para definir e conceituar um período do final da prosperidade do pós-guerra, na economia capitalista mundial. Encontramos palavras que definem esse mesmo conceito de momento histórico os seguintes termos: pós-industrial, pós-capitalista, pós-socialista, pós-burguês, pós-econômico, pós bem-estar-social, pós-civilizado.
       
No entanto, dentro dessa tão expressiva era, conceituava-se a compreensão do homem, como um ser sapiente ao nível das máquinas por ele criadas. Máquina no sentido de que o homem assimila o conhecimento e faz uso adequado do mesmo, empregando tais recursos aonde for mais necessitado. Mas essa compreensão passa a ser questionada pelas novas descobertas da ciência e gera resultados divergentes e conflitantes entre si. Estamos diante de um momento histórico do qual surge uma nova visão do universo.


Essa nova visão educacional deverá ser à base de construção universal do homem no conceito de uma nova sociedade, em uma nova era, solidada na realidade pura e simples das coisas.
Dentro desses parâmetros, tem-se na educação, a fé de que esses conhecimentos recém adquiridos serão melhores repassados a todos. Sabe-se que as habilidades requeridas pelos impactantes avanços desses conhecimentos, sejam nas áreas sociais, políticas, científicas, tecnológicas e culturais, em que o trabalho humano vem assumindo, impõem a necessidade de uma maior competência dos educadores para entenderem e interpretarem tais informações no sentido de priorizar essas mesmas informações e repassá-las nos seus devidos conceitos, assim como ensinar ao seu aluno o uso correto e preciso de tais conhecimentos

O perfil do educador na pós-modernidade

Parece claro que a educação, em geral, ponha-se a pensar nos rumos da profissionalização e formação dos profissionais na atualidade, haja vista que o ensino nesta área é tradicionalmente um conhecimento técnico, ou seja, reconhece-se amplamente a necessidade do profissional (no caso o educador), de ter sua formação continuada e ampliada, sob pena de que se tal atitude não for praticada, o educador não terá a mínima capacitação de exercer tal função, em frente às habilidades requeridas pelo crescente e monumental avanço, que o conhecimento vem adquirindo na atualidade.

Mais do que nunca, o educador não pode ser considerado como somente “aquele que leciona”, a de se pensar que sua ação não se limita a somente a uma sala de aula, que sua personalidade não é restrita a sua mera profissão de escolha, mas é algo mais substancial, algo como pessoa capacitada para o esclarecimento, para a lógica, uso da razão, aquele que é capaz de conceder ao sujeito (o educando), a capacidade de produzir e utilizar o conhecimento na sua mais perfeita formação, ou seja, para o bem comum e de seus pares, que implica na utilização e domínio do conhecimento e das áreas existentes.

Diante do exposto, pergunta-se: Até que ponto os cursos voltados para a educação refletem essa responsabilidade? De que forma essa “atualização” da formação docente está de fato capacitando os novos educadores no referencial educar para quem, e por quê? Sabe-se que o uso do termo “educar” não se remete a um simples caso de transmissão de conhecimento, é muito mais que isso. Faz-se necessário, que o educador como aquele que tem o individuo sobre seus cuidados, possua uma gama incontestável de conhecimento, assim como uma base inquestionável do mesmo. Os cursos educacionais, na maioria das vezes são questionáveis quanto aos seus conteúdos, não preparam os seus graduandos na capacitação para a docência plena, formando professores sem qualquer conteúdo, ou habilitação para exercer tal profissão. Daí que se formam verdadeiras legiões de “agentes” transmissores de dados, profissionais mecanicista, incapazes de emancipar alguém no que concerne ao sentido verdadeiro da palavra “educar”.

Portanto, é fundamental investir e avaliar permanentemente os cursos voltados para a formação docente, tendo em vista que dá capacitação plena de tais profissionais, dependerá o futuro de homens emancipados no verdadeiro sentido da palavra. É pertinentemente importante investir e avaliar das instituições de educação (mesmo que seja com a força da lei, visto que sem a mesma o que se obtém é um descaso total), o conteúdo, a formação e a metodologia aplicada na formação de tais profissionais.

A valorização da educação na pessoa do educador
Outro tema relevante trata-se da valorização da profissão do educador, tendo em vista que no caso do educador, devemos considerar também as várias dificuldades que ocorrem com esses profissionais após o término de suas graduações, onde os mesmos tendem a sofrer barreiras sistematizadas, criadas por uma sociedade que desvaloriza a educação e seu representante na pessoa do professor. Além da questão salarial, que já é do conhecimento de todos que o salário dos professores brasileiros e um dos piores do mundo, ainda se têm outros obstáculos que desafiam o profissional da educação atualmente como:
·         Indisciplina e violência nas salas de aulas;
·         Problemas comportamentais e familiares infanto-juvenil;
·         Preconceitos e estigmas sexuais, étnicos e sociais;
·         Imposição de métodos pedagógicos ultrapassados;
·         Condições de trabalho precárias;
·         Falta total de incentivos par uma especialização continuada;
·         Insegurança e crise de identidade quanto à função como educador;
·         Desvalorização pessoal por conta da imagem ruim que se têm do educador no referencial Educação-escola;
·         Despreparo e falta de conhecimento no referencial inclusão social na Escola;
·          Falta de apoio por parte de pais e alunos.
Enfim, esses são apenas alguns dos inúmeros obstáculos a se enfrentar na questão do profissional docente.

A metodologia educacional na pós-modernidade
Preocupados em oferecer um ensino de qualidade aos nossos discentes, devemos entender que a compreensão, assimilação e a utilidade do conhecimento educacional na metodologia ministrada pelo educador são fundamentais, e que se deve pensar, ou até mesmo buscar cada vez mais uma especialização continuada, assim como o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo e critico, como características essenciais para a formação do profissional capaz de atender as exigências contemporâneas.
O que é o “ensinar”? O que pode ser o ensino em um mundo em mudança? Para Paulo Freire (1960) formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destreza” O debate sobre o campo pedagógico-educacional, no Brasil, sempre esteve marcado pelas disputas entre concepções de ensinos, interesses de grupos sociais, correntes ideológicas e intelectuais e de constituições como o estado e a igreja (a católica principalmente).

 Segundo Paulo Freire (2010) “ninguém é sujeito da autonomia de ninguém”, ou seja, na questão educacional não devemos ser reféns de ensinos que não condizem com a realidade, apenas para sustentar interesses de alguns pequenos grupos que se perpetuam no poder. Dentro dessa perspectiva, falta ao método de ensino pedagógico-educacional debates em profundidades e sustentação teórica, chegando-se ao mesmo, na atualidade a um emaranhado de equívocos. 

Esta é uma das razões pela qual a discussão epistemológica da metodologia de ensino na educação, vem sendo uma ação de estrema importância, esteticamente correta e acima de tudo desejável a todos.
Portanto, este é um momento de reflexão sobre o espaço científico da metodologia de ensino, seja como ação reflexiva do fator educacional, seja como instrumento formador de cultura e opinião.

A educação como uma questão de princípios
A educação é, portanto, algo que devemos olhar com carinho e respeito. Devemos adotar o principio de que todos têm o direito de serem educados no sentido amplo e irrestrito da palavra, seja de forma clássica ou modernista, é irrelevante, o que é importante é que essa educação seja baseada na ética e moralmente voltada para a formação de um cidadão mais consciente e útil a sociedade a que é inserido.

Não podemos esperar indefinidamente que o Estado faça cumprir sua obrigação de dever, ou seja, que o mesmo venha proporcionar uma educação nota dez, pois todos sabem o quanto o estado não governa mais, o que se vê hoje em dia e um Estado que se tornou uma máquina cara demais para a sociedade e que já não é capaz de resolver os nossos problemas mais básicos.
As questões recentes em torno da falta de moral e ética, algo tão banalizado atualmente, são reflexos com certeza da falta de um ensino de base educativa e subvencional, sendo que a ação resultante dessa educação é muito duvidosa e totalmente inútil no referencial  educação emancipadora.
Ao educador, portanto, cabe às investigações recentes, por exemplo, a subjetividade, à cultura, à comunicação intersubjetiva, à reflexividade crítica, visando demarcar os elos entre a teoria educacional e as práticas pedagógicas. Com isso explicita-se o espaço da pedagogia como ciência da educação, em interface com outras ciências humanas, delimitando a prática do ensino como base de uma educação mais elevada.

A metodologia como produtora de uma educação mais positiva
Assim vão se esclarecendo algumas das respostas a uma das questões que tanto debatem os educadores contemporâneos, o que pode e deve ser o ensino metodológico educacional hoje em dia? Acreditamos que é a ação que organiza reflexões, conteúdo e práticas na direção das principais necessidades educativas, com bases em:
·         Qualificação da formação de docentes como um projeto-politico-emacipatório;
·         Organização do conhecimento prático e teórico na visão do educador;
·         Composições pedagógicas das teorias educacionais com práticas educativas;
·         Qualificações e transformações dos exercícios da prática educativa na internacionalidade de suprir práticas alienantes, excludentes e injustas, direcionando o indivíduo a um processo humanizante, formativo e emancipatório;
·         Articulação e composição do fator ético e moral no desenvolvimento formativo da pessoa do cidadão como personalidade.   
 A prática da docência como podem analisar, é a culminância profissionalizante onde confluem a sabedoria e as dimensões do ser humano, do criativo, do teórico, do pensar, do criticar, do analisar, do refletir, e do racionalizar, todos inerentes ao exercício da prática como fator culminante.
Por essas características é que essa profissão precisa ter na raiz de sua metodologia o caráter de formação e o compromisso de emancipação, para a formação de profissionais que dêem expressão critica as suas práticas, que será altamente qualitativa, produtiva e utilitária na formação humana do sujeito. Esses elementos de expressão profissional, também serão capazes de aprenderem, ao mesmo tempo em que ensinam os sentidos e significações de suas ações, para adequá-los, transformá-los, recriá-los e aperfeiçoá-los num contínuo exercício de produção do conhecimento nas práticas educativas.
O mais importante é compreender que não podemos que não podemos nos sentir dominados ou dominantes, mas que todos deverão viver harmoniosamente, educados e educadores. Pois não há liberdade sem conhecimento, nem conhecimento sem liberdade. Faz-se necessário que o dominado domine aquilo que o dominador domina para que haja harmonia.
O entendimento harmônico cultural entre os cidadãos dependerá particularmente da boa vontade de todos os envolvidos na questão, e do respeito mutuo que cada um desses elementos tenha para com o outro. O antagonismo é uma prática sadia na educação desde que se tenha o respeito pela opinião do outro, ou seja, alunos e professores terão que saber criar condições favoráveis para o crescimento social, emocional e profissional, independente das necessidades e limitações de cada um.
Muito se critica o educador, nos métodos, nas filosofias educacionais e nas didáticas como meios para transmitir os conhecimentos. Mas gostaríamos de esclarecer que pode não parecer, mas está constantemente se tentando e reformulando as práticas e a didática para que se obtenha um desenvolvimento pleno e qualitativo da metodologia educativa nas escolas, para que o educando possa desenvolver sua intelectualidade plenamente e ter oportunidades igualitárias.
Cabe ao educador nesses tempos de conhecimentos fragmentados, reunir e direcionar o saber de forma íntegro, imaculado e justo. Para que ao repassá-lo, obter de seus pupilos a compreensão harmoniosa do todo. Demonstrando assim recurso e possibilidades de enfrentar as dificuldades (que são chances também de serem aproveitadas e exploradas) inerentes as práticas educacionais.   

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Enem 2010
Alunos prejudicados pela prova amarela poderão ter nova chance

O presidente do Inep, professor Joaquim José Soares Neto, confirmou agora há pouco, em Brasília, que os alunos eventualmente prejudicados por falhas de impressão no caderno amarelo das questões do Enem 2010, aplicado neste final de semana, poderão ter uma nova chance.
O Professor Neto reafirmou que nenhum candidato será prejudicado. E que, portanto, caso fique comprovado que estes estudantes tiveram seu direito afetado, no limite, poderão refazer a prova.
O Inep apurou que um lote inferior a 1% do total das provas do caderno amarelo apresentou problemas de impressão. Deste total, a grande maioria dos estudantes recebeu um novo exemplar do caderno de questões. Uma minoria deixou de ter o caderno substituído ou se recusou a substituir a prova.
O Inep deverá receber nos próximos dias os relatórios de aplicação das provas, de todos os locais. Vai analisar caso a caso o ocorrido. E, ficando comprovado que o direito dos estudantes foi prejudicado, estudará uma forma de reaplicar a prova.
Assessoria de Imprensa do Inep/MEC

Enem 2010
Gráfica assume erro de impressão no caderno de cor amarela da prova

      A gráfica RR Donnelley encaminhou nesta segunda-feira, 8, carta ao presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim Soares Neto, na qual assume a responsabilidade pelos erros de impressão no caderno de questões de cor amarela das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010.
     “Durante a aplicação do primeiro dia do exame, identificamos, fazendo a leitura dos quatro itens de caderno de provas que contêm as mesmas questões em quatro ordens distintas de diagramação, que em um dos lotes de produção tivemos um problema de processo, resultando na impressão de 33 mil cadernos de provas amarelas com um defeito de ordenação”, explica a direção da gráfica. Desse conjunto de cadernos, segundo a empresa, aproximadamente 21 mil foram efetivamente distribuídos.
     A gráfica informa ainda: “Cabe ressalvar que foram impressas e distribuídas por todos os pontos de aplicação no Brasil, quase um milhão de provas que compõem a reserva técnica operacional da aplicação. Entre as funções dessa reserva técnica operacional está a substituição de provas com defeito de impressão obtidas na mesma sala da aplicação ou em qualquer outra sala de aplicação dessa escola”.
      Ao final do documento, a RR Donnelley diz estar à disposição do Inep para esclarecer qualquer dúvida técnica e a colaborar de forma efetiva na busca de solução dos problemas possivelmente acarretados a um número restrito de alunos.