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quarta-feira, 18 de abril de 2012

A lebre e a tartaruga adaptado por Waldeci Moraes




   Era uma vez em uma floresta, um cantinho de mata chamado de “Bosque Feliz”. Lá vivia uma lebre muito louca que vivia a se gabar de que era o mais esperto do pedaço, o mais rápido de todos os animais que por ali viviam.
   Todos os sábados os animais do bosque se reuniam pela manhã para uma peladinha no campinho da mata. A lebre que se encontrou com a bicharada após o jogo começou a se achar, dizia que era a tal e que ali no Bosque Feliz não tinha prá ninguém. A lenga-lenga da Lebre já tava de bom tamanho até que chegou a tartaruga e interrompeu o papo da lebre:
- Sabe o que eu acho mano, que tudo isso ai é balela!
   A lebre que estava acostumada a se gabar e ninguém a contrariava ficou na onda com a tartaruga que continuou:
– Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, eu serei a vencedora – desafiou a tartaruga.
   A lebre caiu na gargalhada e com ela todos os animais presente. Já não aguentando de tanto rir a lebre respondeu a tartaruga:
– Tu tá me zuando mano? Que papo sinístro é esse Tarta. Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!
– Por acaso o mano aí tá com medinho é? – indagou a tartaruga muito séria.
Se liga mano. É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida prá você – respondeu a lebre.


   Diante da situação, toda a bicharada começou a troçar da tartaruga, mas a mesma continuou irredutível na idéia de desafiar a lebre para uma corrida. A lebre que percebeu que a tartaruga não tava de brincadeira resolveu não tirar por menos e disse:
- Tá legal, vamos acertar essa parada prá amanhã logo após o Sol nascer, falou?
- Combinado! Respondeu a tartaruga para surpresa de todos.

   No dia seguinte, a bicharada compareceu em peso ao campo da disputa. A raposa foi então à escolhida para ser a juíza da prova. Ficou combinado de que aquele que primeiro desse a volta completa ao redor do bosque seria o vencedor da corrida. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa com seus pacinhos diminutos. No decorrer do trajeto muitos dos animais estavam curiosos no que ia acontecer. 

   A lebre ainda tava meio que confusa com a ousadia e pretensão da tartaruga, mas já se considerava o vencedor da corrida, Ele, a lebre estava tão certa da vitória que resolveu parar no meio do caminho e fazer um lanchinho. Olhou para traz e nem sinal da tartaruga. Agora que ele havia comido resolveu tirar então uma soneca, mas antes pensou:
"Se aquele molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu o ultrapasso" 

  Mas como a lebre havia comido muito, caiu em um sono pesado. A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e invariável, passou.

  Quando a lebre acordou não se deu conta de que havia passado um bom tempo dormindo, e continuou a correr com ares de vencedor. Mas, ao se aproximar da linha de chegada, para sua surpresa os animais comemoravam com jubilo, a vitoria da tartaruga, que não descansara um só minuto e havia já há bastante tempo cruzado a linha de chegada em primeiro lugar.

   Desse dia em diante, a lebre parou de se gabar e tornou-se o alvo das chacotas da floresta. 

   Quando dizia que era o animal mais veloz, todos o lembravam de uma certa tartaruga...

   Moral: Quem segue devagar e com obstinação sempre chega à frente.